Antônia Luzinete do Nascimento e Francisca Benta do Nascimento, moradoras de Solonópole, celebram o fim do tratamento do câncer, realizado no Hospital Regional do Sertão Central (HRSC), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) em Quixeramobim, há pouco mais de um ano.
Elas descobriram o câncer praticamente ao mesmo tempo, enfrentaram a doença unidas, trilharam lado a lado o mesmo desafio e receberam o mesmo desfecho: o fim do tratamento e a expectativa da cura.
“Quando descobrimos a doença, ficamos desesperadas, mas fomos acolhidas nesse hospital com tanto carinho que tudo foi mais leve”, diz Francisca Benta.
Francisca descobriu o câncer em setembro de 2024, após encontrar um nódulo durante um ultrassom que fez no município onde mora. Ela foi regulada pela Secretaria Municipal de Saúde para o HRSC, local em que iniciou o tratamento.
Passado um mês, foi Luzinete quem recebeu o mesmo diagnóstico. Ela também passou a ser acompanhada no hospital. Lá, uma biópsia confirmou o câncer de mama. Desde então, as duas passaram a ser atendidas pela mesma equipe.
VIDAS DISTINTAS, MESMO DESFECHO
Casadas e até então levando suas vidas distintas, o câncer pôs Luzinete e Benta no mesmo caminho, e as duas decidiram encarar o processo juntas, encontrando força uma na outra.

Entre consultas, cirurgias e sessões, o apoio de uma para a outra e a fé foram aliados importantes. “Esse choro é de alegria. A gente venceu e hoje está aqui, contando nossas bênçãos”, diz Antônia.
“Pedimos à enfermeira para marcar nossos atendimentos no mesmo dia. Uma servia de companhia para a outra, e assim fomos até o fim”, relembra Francisca.
Em julho deste ano, Francisca Benta concluiu o ciclo de quimioterapia e tocou o Sino da Esperança. Menos de um mês depois, a irmã Luzinete também tocava o sino.
O toque marcava mais do que o fim de um ciclo: era o símbolo, em forma de som, da vitória compartilhada de uma luta travada entre irmãs.
As duas destacam o papel da equipe do HRSC, responsável por tornar o processo mais humano e acolhedor.
“O hospital foi um presente de Deus. Fizemos todo esse tratamento perto de casa e nunca pagamos nenhum exame, tudo pelo SUS. Hoje só tenho gratidão”, afirma Antônia.
Francisca completa: “Mesmo nos dias difíceis, a gente chegava e sempre tinha alguém com um sorriso, desde a equipe da recepção até a equipe da oncologia. Isso fazia toda a diferença”.
SERVIÇO DE ONCOLOGIA
O serviço de oncologia do HRSC iniciou-se em julho de 2024. Até o último mês de outubro, 2.785 pacientes já foram atendidos e 2.332 cirurgias realizadas. No período, mais de seis mil sessões de quimioterapia foram aplicadas.
Antes, quem morava em um dos 20 municípios do Sertão Central só encontrava tratamento contra o câncer na capital, o que submetia o paciente a longas viagens — um processo doloroso para quem já enfrenta as consequências do tratamento oncológico.
Agora, com o serviço mais próximo de casa, os usuários garantem mais dignidade, conforto e a chance de renovar as esperanças.
Leonardo Oliveira, médico coordenador da oncologia do HRSC, ressalta o reflexo dessa facilidade.
“A gente consegue perceber a alegria dos pacientes por poder fazer o tratamento aqui. Agora, estamos conseguindo antecipar os tratamentos e proporcionar mais chances de cura”, explica.

