Donald Trump oficializou nesta sexta-feira (5) a mudança do nome do Departamento de Defesa para Departamento da Guerra, em decreto assinado no Pentágono. O presidente afirmou que a medida envia ao mundo uma “mensagem de vitória”. “Os Estados Unidos são fortes, muito mais fortes do que muitos pensam”, declarou.
O decreto autoriza membros do governo a utilizarem os títulos “secretário de Guerra” e “vice-secretário de Guerra” em todas as comunicações oficiais. Além disso, determina que o chefe da pasta, Pete Hegseth, proponha iniciativas legislativas para tornar a alteração definitiva.
Trump já havia indicado a mudança na semana passada, alegando que a função do departamento é atuar “não apenas na defesa, mas também no ataque”. Desde o início do mandato, ele tem buscado reformular a identidade das Forças Armadas, com desfiles militares em Washington, reversão da troca de nomes de bases confederadas e defesa do uso das tropas em território nacional.
A mudança atinge a maior estrutura do governo dos EUA, responsável por um orçamento de US$ 968 bilhões em 2024, cerca de 39,4% de todo o gasto militar mundial. O termo “Departamento de Defesa” foi adotado em 1949, após a Segunda Guerra, para sinalizar que o país, em plena era nuclear, estava empenhado em evitar novos conflitos.
Embora a lei determine que a mudança seja aprovada pelo Congresso, Trump afirmou de forma categórica que “o nome será mudado”. Paralelamente, três congressistas republicanos já apresentaram projetos para consolidar a alteração. O presidente criticou antigos governos por terem optado pelo nome anterior, classificando-os como “politicamente corretos” ou “woke”, termo usado por conservadores contra pautas progressistas.
O secretário Pete Hegseth apoiou publicamente a decisão, destacando que “não se trata apenas de renomear, mas de restaurar”. Segundo ele, a intenção é resgatar a identidade combativa das Forças Armadas.
O impacto financeiro preocupa opositores, que apontam custos elevados para substituir sinalizações, uniformes e documentos em milhares de instalações militares espalhadas pelo mundo. A comparação feita é com a iniciativa de Joe Biden de alterar nomes de bases confederadas, orçada em US$ 39 milhões, mas revertida pelo atual governo.
Trump, ao mesmo tempo, tenta reforçar sua imagem de pacificador em meio à guerra da Ucrânia, embora sem resultados concretos após receber Vladimir Putin e Volodimir Zelenski nos EUA. Democratas acusam o republicano de usar as Forças Armadas para fins políticos. A senadora Tammy Duckworth, do Comitê de Serviços Armados, afirmou que os recursos poderiam ser investidos no apoio a famílias de militares ou na diplomacia.
O uso do termo “Departamento da Guerra” já circulava entre aliados de Trump desde seu primeiro mandato. Kash Patel, atual diretor do FBI, chegou a empregar a expressão em assinaturas de emails quando atuava no Pentágono. Segundo ele, tratava-se de uma homenagem à herança histórica da instituição.
Com informações da Folha de São Paulo Foto: Brian Snyder -5.set.2025/Reuters
