O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta quarta-feira (10) o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de sete aliados acusados de participação na trama golpista de 2022. A sessão, marcada para as 14h, terá como destaque o voto da ministra Cármen Lúcia, o quarto a ser apresentado.
Até agora, Alexandre de Moraes e Flávio Dino votaram pela condenação integral de todos os réus, enquanto Luiz Fux abriu divergência, defendendo a absolvição de Bolsonaro e contestando parte das acusações contra os demais. A votação já resultou em maioria pela condenação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, pelo crime de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Cármen Lúcia, decana do grupo e única mulher no colegiado, tem papel central neste momento. Em sessões anteriores, a ministra chamou atenção ao questionar o advogado do ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira sobre sua afirmação de que o cliente buscava “demover Bolsonaro” de medidas radicais. “Demover de quê?”, perguntou, ao destacar contradições nas narrativas da defesa.
O julgamento envolve oito réus: Bolsonaro, Mauro Cid, Braga Netto, Anderson Torres, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira, Alexandre Ramagem e Almir Garnier. Eles são acusados de crimes como golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, participação em organização criminosa, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Após o voto de Cármen Lúcia, será a vez do ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma, encerrar a votação. A decisão final será definida por maioria simples, podendo resultar em condenações ou absolvições parciais.
Se confirmada a condenação, os ministros passarão à fase de definição das penas, que deve se estender até sexta-feira (12).
Com informações do G1
Foto: (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

