Carlo Ancelotti é o novo treinador da Seleção Brasileira. Anunciado nesta segunda-feira (12), o italiano comandará a Amarelinha a partir do dia 26 de maio. Um dado curioso é que o técnico de 65 anos, diferente do que muitos possam pensar, não é o primeiro estrangeiro a comandar a equipe do Brasil. Na verdade, ele é o quarto da história.
Ainda sobre Ancelotti, o italiano conquistou um número considerável de títulos como treinador, incluindo cinco Liga dos Campeões da UEFA, sendo o maior vencedor da competição, duas Taças Mundiais de Clubes, quatro Supertaças Europeias, um campeonato inglês, um campeonato italiano, um campeonato francês, um campeonato alemão e um campeonato espanhol.
TREINADORES ESTRANGEIROS
O debate acerca da preferência entre técnico brasileiro ou não, na verdade, não é recente. Desde o começo da trajetória multivencedora, o time do Brasil teve sim treinadores gringos no comando.
Durante toda a história da Seleção Brasileira, três estrangeiros, no caso não-brasileiros, chegaram a comandar a Pentacampeã Mundial, além de Carlo Ancelotti. São eles: o uruguaio Ramón Platero, o português Joreca e o argentino Filpo Nuñez.
Rámon Platero, uruguaio, foi o primeiro treinador estrangeiro da Seleção Brasileira.
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Divulgação Arquivo/CBF
RÁMON PLATERO
No ano de 1925, o primeiro estrangeiro comandaria o Brasil. Após conquistar o título Sul-Americano com o Uruguai em 1917, Rámon Platero assumiu equipes tradicionais do futebol brasileiro como o Fluminense, Flamengo e Vasco.
Depois de passagem no Cruzmaltino, o uruguaio foi convidado a comandar a Seleção Brasileira no Torneio Sul-Americano, competição esta que, atualmente, é a Copa América. Com apenas 19 dias como treinador da Seleção, com passagem entre os dia 6 a 25 de dezembro, o treinador comandou o Brasil por quatro jogos. Venceu o Paraguai, perdeu por 4 a 1 para a Argentina, ganhou do Paraguai e empatou com a Argentina por 2 a 2 na decisão, em partida encerrada por briga generalizada e gritos racistas.
Joreca, português, foi o primeiro europeu a comandar a Amarelinha no ano de 1944.
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Reprodução/Livro Histórias… que a história não contou
JORECA
Sendo o primeiro europeu, também único até Carlo Ancelotti, Joreca comandou a Amarelinha no ano de 1944. Português, atuou como jornalista e árbitro no Brasil antes de ter uma passagem vitoriosa pelo São Paulo.
Comandou, de forma conjunta com Flávio Costa, inúmeras vezes campeões por Flamengo e Vasco, a equipe brasileira – como representantes dos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro, respectivamente – em dois amistosos contra o Uruguai em 1944. Aliás, juntos, venceram os dois jogos com placares de 6 a 1 e 4 a 0.
Filpo Nuñez, argentino, foi o último treinador estrangeiro da Seleção.
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FILPO NUÑEZ
E para quem achou que isso jamais seria possível, também se enganou. Um argentino já foi o treinador da Seleção Brasileira: ele, Filpo Nuñez. Em 1965, a CBD – na época, a maior entidade do futebol brasileiro – decidiu que o Palmeiras representaria o Brasil em amistoso contra o Uruguai para a inauguração do Estádio Mineirão.
Sendo o argentino o comandante do Palestra, mesmo que de forma interina, ele quem estava à beira do campo na vitória de 3 a 0 sobre o Uruguai. Como curiosidade sobre o ‘Don Filpo’, que foi muito vencedor como treinador, ele era tio do técnico argentino Eduardo Coudet, que acumula passagens recentes pelo Internacional e Atlético Mineiro.
* Sob supervisão de Vladimir Marques