O Centro de Fortaleza ocupa um papel estratégico no Novo Plano Diretor Participativo Sustentável (PDPS), recentemente aprovado pela Câmara Municipal. Longe de ser tratado apenas como área histórica, o território passa a ser visto como um eixo estruturante para o desenvolvimento econômico, urbano e social da Capital, com diretrizes voltadas à regeneração, densificação qualificada e fortalecimento da função social da propriedade.
O local mantém a sua força econômica e concentra mais de 21 mil empresas ativas.
Na prática, o novo Plano Diretor reconhece o Centro como um espaço-chave para o futuro da cidade. A proposta é clara: recuperar áreas degradadas, estimular a ocupação de imóveis ociosos, ampliar o uso misto – combinando moradia, comércio, serviços e lazer – e preservar o patrimônio histórico e cultural, especialmente no entorno do Centro Histórico e do Dragão do Mar.
Preservação com função econômica
Um dos pilares do PDPS é a inclusão do Centro e da Praia de Iracema nas Zonas de Preservação do Patrimônio Cultural (ZPC). Nesses territórios, o plano estabelece regras mais rígidas para intervenções urbanas, ao mesmo tempo em que cria instrumentos para evitar o abandono de imóveis.
Entre eles está o Parcelamento, Edificação ou Utilização Compulsórios (PEUC), que permite ao poder público exigir que proprietários deem uso a imóveis vazios ou subutilizados. O objetivo é combater a especulação imobiliária e estimular a reativação econômica de prédios históricos, muitos deles hoje fechados ou degradados.
Além disso, o Plano Diretor prevê que o próprio poder público passe a ocupar imóveis de interesse patrimonial, fortalecendo a presença institucional no Centro e ajudando a ativar a dinâmica urbana da região.
Mais gente morando e trabalhando no Centro
Outro eixo central do novo Plano Diretor é a densificação urbana das áreas centrais. Em vez de estimular a expansão horizontal da cidade, o PDPS aposta em um modelo policêntrico, no qual o Centro volta a concentrar moradores, empregos e serviços.
A lógica é simples: quanto mais pessoas vivem e trabalham no Centro, maior é o fluxo econômico diário, mais eficiente se torna o uso da infraestrutura existente e menor é a pressão sobre áreas periféricas. Para o comércio e os serviços, isso significa um público mais constante, que vai além do horário comercial tradicional.

Uso misto e vitalidade urbana
O Plano Diretor também reforça a diretriz de uso misto para o Centro. A ideia é romper com a lógica de um bairro que “funciona” apenas durante o dia e se esvazia à noite. Moradia, comércio, cultura, lazer e serviços passam a ser incentivados de forma integrada, criando um ambiente urbano mais vivo, seguro e economicamente sustentável.
Esse modelo dialoga diretamente com a vocação histórica do Centro como espaço de encontro, trocas e circulação intensa de pessoas, agora adaptado às demandas contemporâneas da cidade.
Mobilidade e sustentabilidade
A mobilidade urbana aparece como elemento-chave para o sucesso dessa estratégia. O PDPS prioriza o desenvolvimento orientado ao transporte público, com melhoria da acessibilidade, incentivo ao deslocamento a pé e por bicicleta e fortalecimento da infraestrutura verde. Para o Centro, isso significa menos dependência do automóvel, melhor circulação de pessoas e maior integração com outros bairros da cidade – fatores que impactam diretamente o desempenho econômico da região.
Ao tratar o Centro como território estratégico, o Novo Plano Diretor de Fortaleza sinaliza uma mudança de paradigma. O bairro passa a ocupar lugar central na construção de uma cidade mais equilibrada, sustentável e economicamente dinâmica. Com preservação do patrimônio, estímulo à ocupação, diversidade de usos e mais pessoas vivendo e trabalhando na região, o Centro se consolida, no papel e na prática, como um dos principais motores do desenvolvimento urbano e econômico da capital cearense.
Mesa de Negócios
O “Mesa de Negócios”, programa do Opinião CE, tem revelado desde sua estreia, há dois meses, que empreender vai além de uma equação de planilhas, projeções e métricas. Empresários de diferentes segmentos têm compartilhado histórias que vão muito além dos números, trazendo experiências que iluminam o que move e sustenta o empreendedorismo, na prática.
Agora, o programa amplia essa conversa com a série “Mesa de Negócios – Especial Centro”, dedicando uma série especial ao território mais simbólico, pulsante e desafiador da Capital: o Centro de Fortaleza. Um lugar que, mais do que um bairro, funciona como palco onde negócios nascem, sobrevivem, se reinventam e permanecem em cena há décadas.
O projeto é conduzido pelos jornalistas Karla Sousa e Jordan Vall e tem o apoio da C. Rolim Modas, marca que se tornou referência no varejo de moda ao unir tradição familiar, visão estratégica e conexão com o consumidor.

