Em 22 de setembro de 1947 nascia Vanusa Santos Flores, em Cruzeiro, interior paulista. Décadas mais tarde, seu nome se consolidaria entre as grandes vozes da música brasileira dos anos 1970, em parte graças ao sucesso estrondoso da canção Manhãs de Setembro, lançada há exatos 52 anos.
Escrita em parceria com o compositor Mário Campanha, a faixa fez parte do disco Vanusa (1973), primeiro trabalho da artista pela gravadora Continental. O álbum marcou sua transição após deixar a RCA-Victor e trouxe a canção que mudaria sua trajetória: o single rapidamente se tornou um fenômeno radiofônico, colocando Vanusa entre as intérpretes mais ouvidas da época.
Até então, a cantora havia trilhado diferentes caminhos: iniciou a carreira na Jovem Guarda, aderindo ao romantismo juvenil, depois mergulhou em sonoridades do soul e da psicodelia. Mas foi ao cantar os versos de Manhãs de Setembro que conquistou definitivamente o grande público.
A produção de Wilson Miranda (1940–1986) destacou a melancolia dos primeiros versos e a explosão emocional do refrão, em que Vanusa imprime sua marca vocal inconfundível. A letra fala de alguém que, após momentos de isolamento e tristeza, encontra forças para recomeçar: “Nas manhãs de setembro, eu quero sair, eu quero falar, eu quero ensinar o vizinho a cantar”.
Mais de quatro décadas depois, a canção segue viva. Em março, ganhou nova roupagem em remix de DJ Zé Pedro e Vizcaya, e desde 2021 empresta título e inspiração à série Manhãs de Setembro, estrelada por Liniker. A obra confirma o poder de permanência de Vanusa, que, embora nunca tenha sido acolhida pelo círculo restrito da MPB, conquistou gerações com autenticidade, emoção e a força de sua voz.

