É uma boa notícia. Isso porque uma queixa de quem usa estatinas é ficar com a musculatura dolorida. “Lembrando que as estatinas são extremamente seguras e, em geral, muito bem toleradas”, ressalva a cardiologista. “Mas, para quem é sensível, o novo tratamento se torna uma opção.”
Para quem é indicado e para quem não é
A aprovação por enquanto é para uso em adultos. A medicação — que, no Brasil, terá o nome Nustendi — poderá ser prescrita tanto para quem tem a chamada hipercolesterolemia primária quanto para quem tem a mista. Esse palavrão — “hipercolesterolemia” — nada mais é do que colesterol alto. “A gente fala que o problema é primário quando é predominantemente genético”, explica a doutora Viviane. Ou seja, é aquele sujeito que já nasce com propensão a acumular colesterol LDL no sangue.
Já o termo hipercolesterolemia secundária é usado quando o que mais conta para os níveis elevados de colesterol é o ambiente — por exemplo, o ganho exagerado de peso, a dieta desequilibrada e o sedentarismo. Ou seja, o que cada um faz de de sua vida e como se cuida. “Mas, em geral, o que mais vemos são casos mistos, uma associação da genética com o ambiente”, observa a cardiologista.
Ela avisa, porém, que a nova terapia pode levar a um aumento do ácido úrico. Para boa parte das pessoas, ele não causa maiores transtornos. “No entanto, se eu tenho um paciente com gota, que é uma condição provocada pelo excesso dessa substância, ela já não seria uma boa”, exemplifica.
Os estudos também observaram um discreto aumento de transaminases, enzimas que dão uma pista do funcionamento do fígado. “Mas ele foi realmente muito pequeno e, provavelmente, transitório”, diz a doutora.