Sobral, cidade referência em educação no Ceará, foi abalada por um ataque a tiros dentro da Escola de Ensino Médio Professor Luís Felipe, que vitimou fatalmente os estudantes Victor Guilherme Sousa de Aguiar (16) e Luis Claudio Sousa Oliveira Filho (17). Outros três jovens foram baleados — dois já receberam alta, e um continua internado.
As investigações apontam que os dois atiradores já foram identificados pela polícia, mas permanecem foragidos. A identidade deles não foi revelada por razões de sigilo.
Segundo imagens de câmeras de segurança, os criminosos chegaram de moto por volta das 9h30 da manhã, desceram armados e atiraram pela grade que separa a rua do pátio da escola, onde os estudantes estavam no intervalo. A ação durou poucos segundos.
O governador Elmano de Freitas determinou a instalação de um gabinete emergencial de Segurança Pública em Sobral e anunciou reforço imediato no policiamento. Também prometeu enviar à Assembleia projeto para ampliar a atuação das forças policiais, inclusive com a compra de férias de agentes, para aumentar a tropa nas ruas.
A tragédia reacendeu o debate sobre a influência do crime organizado no cotidiano das escolas. O secretário Roberto Sá afirmou que o ataque foi premeditado e que há indícios de relação com disputas ligadas ao tráfico. No bolso de uma das vítimas fatais, foram encontrados drogas, balança de precisão e embalagens, segundo a polícia. Além disso, um dos sobreviventes já tinha passagem por atos infracionais análogos a homicídio, roubo e porte de arma.
Enquanto as investigações avançam, a comunidade escolar tenta se reerguer. As aulas devem retornar na próxima segunda-feira (29), com suporte psicológico garantido aos alunos. O clima, no entanto, é de dor e indignação. Sobral, símbolo nacional de bons índices educacionais, agora soma seu nome à lista de cidades marcadas pela violência que ameaça a juventude brasileira.

