Após quase dois anos de guerra, Israel iniciou nesta segunda-feira (13) a libertação de parte dos 2 mil prisioneiros palestinos mantidos em suas prisões. O gesto integra o acordo de cessar-fogo firmado com o Hamas, que também libertou os últimos 20 reféns israelenses vivos sob seu controle.
As imagens da libertação, registradas na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, mostraram ônibus lotados de prisioneiros e um clima de comoção nas ruas. Alguns detentos — muitos presos há mais de uma década — apareciam debilitados, magros e com a cabeça raspada, segundo a agência Reuters.
Em Gaza, homens armados e mascarados do braço militar do Hamas foram vistos no Hospital Nasser, local onde foi montado um palco para receber os libertados.
“Espero que este seja o começo do fim da guerra. Perdemos tudo: amigos, parentes, nossas casas e nossa cidade”, disse o morador Emad Abu Joudat.
Entre os prisioneiros libertos, cerca de 250 cumpriam penas de prisão perpétua, condenados por ataques e assassinatos cometidos contra civis israelenses. O número elevado de libertações gerou reação dividida na sociedade israelense, que ainda se recupera do trauma dos ataques de 7 de outubro de 2023, quando o Hamas matou 1.200 pessoas e sequestrou 251.
Em resposta, a ofensiva israelense deixou mais de 67 mil mortos na Faixa de Gaza, segundo o Ministério da Saúde local, controlado pelo próprio Hamas. Apesar da trégua, parte das cidades segue em ruínas e há milhares de desaparecidos sob os escombros.
O acordo atual prevê a suspensão dos bombardeios e o recuo parcial das tropas israelenses, mas não representa um tratado de paz definitivo. O Hamas declarou que não pretende se desarmar, o que mantém o impasse político e militar.
Para o presidente da StandWithUs Brasil, André Lajst, a libertação de presos representa um passo humanitário, mas não encerra o conflito.
“Não se trata de um acordo de paz, e sim de uma pausa. Israel ainda vive o trauma dos ataques e tenta reconstruir a confiança de sua população.”
O documento elaborado pela entidade reúne mais de 80 páginas com dados dos palestinos libertos, muitos deles vinculados a grupos armados.
Enquanto as famílias dos reféns celebram o retorno de seus entes queridos, milhares de civis palestinos continuam deslocados, e o futuro do cessar-fogo dependerá da capacidade das partes envolvidas de manter o diálogo e evitar novas provocações.
Reportagem em atualização.

