A Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (10), a suspensão do mandato do deputado Glauber Braga (Psol-RJ) pelo período de seis meses — a segunda punição mais grave prevista pela Casa legislativa. A medida foi aprovada por 318 votos favoráveis, 141 contrários e 3 abstenções.
A suspensão foi defendida por aliados do psolista como forma de evitar a cassação e ganhou apoio de alguns deputados do centrão e da oposição, que temeram não haver nenhuma punição a Braga. Enquanto a bancada do Partido Liberal (PL) ficou dividida entre continuar tentando a cassação ou puni-lo por seis meses, pois eram necessários 257 votos para alcançar a sanção mais rígida.
Apesar de punido, Glauber encarou o resultado como uma vitória. “Nós queríamos uma suspensão? Evidentemente que não. Mas para o cenário que se tinha de uma cassação, que já tinha indicativo, foi uma vitória. É uma vitória da mobilização, das liberdades democráticas”, frisou em coletiva de imprensa ao fim da votação.
O pedido de cassação do mandato do deputado foi solicitado devido a uma denúncia feita pelo partido Novo, que acusa Glauber de ter quebrado o decoro parlamentar ao agredir e expulsar da Câmara, com chutes e empurrões, um militante do Movimento Brasil Livre (MBL). Com o parecer de Paulo Magalhães (PSD-BA), o Conselho de Ética determinou o pedido de cassação.
Glauber tratou o processo de cassação como “perseguição política”. Um dos argumentos do deputado é que a medida seria uma retaliação por ele ser um dos principais críticos do chamado orçamento secreto.
O deputado chegou a fazer uma greve de fome durante a apreciação do seu caso e passou a dormir nas instalações da Câmara dos Deputados, ingerindo apenas água, soro e isotônicos.

