O Ceará registrou um avanço significativo no combate à fome em 2024. Dados da PNAD Contínua de Segurança Alimentar, divulgados nesta sexta-feira (10) pelo IBGE, revelam que quase 150 mil pessoas deixaram de viver em situação de fome extrema no Estado.
Em 2023, 540 mil cearenses enfrentavam insegurança alimentar grave, a forma mais severa de privação de alimentos. No ano seguinte, o número caiu para 391 mil, uma redução de 28% — resultado que coloca o Ceará entre os Estados que mais avançaram na luta contra a fome no país.
O estudo, realizado em parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, aponta ainda que 6,2 milhões de pessoas vivem hoje com segurança alimentar — ou seja, têm acesso garantido e contínuo a alimentos de qualidade, sem comprometer outras necessidades básicas.
💡 Menos fome, mais acesso
Entre os 3,3 milhões de domicílios cearenses, 30% apresentaram algum nível de insegurança alimentar em 2024 — contra 35% no ano anterior. O número de casas com fome severa caiu de 203 mil para 149 mil, uma queda de 26,6%.
A insegurança alimentar moderada recuou 13,6%, e a leve, 4,3%, o que mostra que a melhora foi ampla, atingindo todas as faixas de vulnerabilidade.
🍽️ Contexto nacional e global
No Brasil, três em cada quatro domicílios (75,8%) vivem hoje com segurança alimentar. Ainda assim, 24,2% convivem com alguma restrição de acesso à comida. As regiões Norte e Nordeste continuam sendo as mais afetadas.
Os dados reforçam a tendência de recuperação social observada desde 2023, com a saída do Brasil do Mapa da Fome — anúncio feito pela FAO em julho deste ano. O país voltou a ter menos de 2,5% da população em risco de subnutrição, recuperando um marco que havia perdido em 2020.
O resultado reflete o impacto de políticas públicas de renda e segurança alimentar, como a ampliação do Programa de Aquisição de Alimentos, o Bolsa Família e as cozinhas solidárias e comunitárias — ações que fortalecem o direito básico de todo cidadão: ter o que comer todos os dias.

