A fala do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, na Assembleia Geral da ONU foi marcada por forte rejeição internacional. Delegações de dezenas de países, entre elas a brasileira, se retiraram do plenário em protesto, reforçando o coro de vozes que pede o fim imediato da guerra em Gaza e o reconhecimento de um Estado palestino.
Do lado de fora, a pressão popular também se fez sentir: milhares de pessoas se reuniram na Times Square, em Nova York, denunciando Netanyahu e pedindo o corte da ajuda militar dos EUA a Israel. Dentro da ONU, a ausência de delegações foi compensada pela presença de apoiadores israelenses nas galerias, prática semelhante à registrada no ano passado.
Em sua fala, Netanyahu defendeu a continuidade da ofensiva militar: “Israel precisa terminar o serviço em Gaza”, disse, em referência ao combate ao Hamas. A declaração veio um dia depois de Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina, denunciar por videoconferência o que chamou de “genocídio documentado”.
Além da guerra em Gaza, o governo israelense tem enfrentado críticas pela expansão de assentamentos na Cisjordânia e pelo projeto E1, que prevê novas construções em áreas estratégicas próximas a Jerusalém Oriental. A medida é vista como um obstáculo direto à criação de um Estado palestino viável.
Enquanto isso, aliados como França e Estados Unidos tentam estabelecer limites. O presidente Donald Trump, que apoia a ocupação permanente de Gaza, declarou nesta semana que não permitirá a anexação da Cisjordânia, considerada uma “linha vermelha” por europeus e países árabes.
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