Com o aumento dos casos de intoxicação por metanol no Brasil, cresce a preocupação da população sobre a segurança de bebidas alcoólicas. Até agora, os registros envolvem apenas destilados como gin, whisky e vodka — mas muitos consumidores passaram a questionar também a qualidade de cervejas e vinhos.
Nesta quinta-feira (2), o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, esclareceu que o risco de adulteração em bebidas fermentadas é muito menor.
“Estamos diante de um crime envolvendo produtos destilados, incolores, onde se têm técnicas de adulteração que não se aplicam à cerveja, que tem tampa, gás e é muito mais difícil de ser alterada”, explicou.
Segundo o Ministério da Saúde, todos os 59 casos notificados de intoxicação estão ligados ao consumo de destilados. Desses, 53 ocorreram em São Paulo (11 confirmados e 42 em investigação), cinco estão em análise em Pernambuco e um no Distrito Federal. Há uma morte confirmada e outras sete em investigação.
Padilha reforçou orientações aos consumidores: evitar destilados de procedência duvidosa, não aceitar bebidas de desconhecidos em bares e sempre verificar a origem dos produtos.
“É essencial saber de onde a bebida vem. Esse cuidado faz toda a diferença neste momento”, destacou.
O ministro também lembrou as recomendações gerais de consumo: não dirigir após beber, manter-se alimentado e hidratado, e ter atenção redobrada à procedência da bebida.
E a cerveja sem álcool?
Especialistas ressaltam que tanto a cerveja comum quanto a sem álcool passam por fermentação. No caso da versão sem álcool, há um processo de desalcoolização, mas ainda pode restar até 0,5% de álcool por volume. Já a chamada “zero álcool” geralmente tem menos de 0,05%, indicado no rótulo.

