O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta terça-feira (25) que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) seja informado oficialmente de que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) está inelegível em razão da condenação a 27 anos e três meses de prisão pela trama golpista. A decisão reforça os efeitos jurídicos imediatos do julgamento.
Mais cedo, Alexandre de Moraes havia ordenado a execução das penas impostas a Jair Bolsonaro e aos demais condenados que integravam o núcleo central da tentativa de ruptura institucional. As medidas incluem o início do cumprimento das sanções estabelecidas pelo STF.
No despacho, o magistrado destacou: “Oficie-se à Presidência do Tribunal Superior Eleitoral, nos termos do art. 1º, I, 1.10, da Lei Complementar nº 135/2010, para fins de inelegibilidade do réu Jair Messias Bolsonaro em virtude de decisão condenatória colegiada”.
FICHA LIMPA
Com a condenação, Jair Bolsonaro se torna inelegível com base na Lei da Ficha Limpa. A norma determina que pessoas condenadas por órgão colegiado ficam impedidas de disputar eleições por oito anos após o cumprimento total da pena. No caso do ex-presidente, esse prazo empurra qualquer possibilidade de candidatura para 2060, quando ele terá 105 anos — atualmente, tem 70.
A determinação do STF altera de forma profunda o cenário político nacional, já que Bolsonaro vinha mantendo influência relevante entre aliados e apoiadores. A restrição prolongada inviabiliza qualquer projeto eleitoral pessoal nas próximas décadas.
O impacto da decisão amplia a distância entre Jair Bolsonaro e disputas futuras, consolidando um dos mais longos períodos de inelegibilidade já impostos a um político com expressão nacional. A medida ainda gera repercussões no campo jurídico e partidário.
CONDENAÇÃO ANTERIOR
O ex-presidente já estava impedido de concorrer até 2030 por decisão do TSE, que apontou abuso de poder político e econômico. Essa condenação decorreu da reunião realizada com embaixadores, em julho de 2022, no Palácio da Alvorada, quando Bolsonaro atacou o sistema eletrônico de votação e disseminou informações falsas sobre o processo eleitoral.
A sanção aplicada pelo TSE, no entanto, se torna secundária diante do novo prazo estabelecido pelo STF, que amplia drasticamente sua exclusão do jogo político-eleitoral. O conjunto das decisões consolida o quadro de isolamento jurídico do ex-presidente.
Com a comunicação formal ao TSE, o tribunal eleitoral passa a registrar a nova restrição, que deve constar nos sistemas oficiais e impactará diretamente qualquer tentativa futura de candidatura.
Com informações da Agência Brasil.
