O deputado Glauber Braga (Psol-RJ) foi retirado à força da mesa diretora da Câmara por policiais legislativos, após se recusar a deixar o local. A ação, que se deu na noite desta terça-feira (9), ocorreu em protesto pelo avanço do processo de cassação do seu mandato.
O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou hoje, após reunião do colégio de líderes, que levaria ao plenário o pedido de cassação de Glauber, assim como os processos de Carla Zambelli (PL-SP) e Alexandre Ramagem (PL-SP), os dois últimos condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). As matérias devem ser apreciadas nesta semana.
Ao iniciar a ocupação, no fim da tarde desta terça-feira, a transmissão da TV Câmara foi cortada e a imprensa impedida de acompanhar a movimentação no plenário.
Entenda o caso
O parlamentar foi acusado pelo partido Novo de ter faltado ao decoro parlamentar ao expulsar da Câmara, em abril do ano passado, o integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) Gabriel Costenaro.
Glauber, contudo, argumenta que a pena é desproporcional e que o processo é uma perseguição política, em especial por ter denunciado o chamado “orçamento secreto”. O parlamentar acredita, ainda, que sua cassação acontece devido a uma articulação do ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
O psolista defende que a pena que poderia ser aplicada era a de censura verbal ou escrita para atos que infringissem as regras de boa conduta, para ofensas físicas ou morais e desacato nas dependências da Câmara dos Deputados, conforme prevê o regimento.
Motta, contudo, lembrou que o processo já deveria ter sido levado ao plenário desde o dia 22 de abril. “Todos sabem que esse processo foi concluído lá no Conselho de Ética e que o Plenário precisa dar o seu veredito final. Vamos enfrentar esse caso do deputado Glauber nesta semana, para que o Plenário possa dar a sua posição”, anunciou o presidente da Casa legislativa.

