A deputada federal Luizianne Lins (PT-CE) foi libertada nesta segunda-feira (7) junto a outros 12 brasileiros, após quatro dias de detenção em Israel. O grupo participava da missão humanitária Global Sumud, que foi interceptada por forças israelenses em águas internacionais, enquanto seguia rumo à Faixa de Gaza com suprimentos de ajuda.
De acordo com o Itamaraty, a libertação é resultado de uma articulação diplomática intensa entre as embaixadas do Brasil em Tel Aviv e Amã, que negociaram diretamente com as autoridades israelenses. Os ativistas foram conduzidos até a fronteira com a Jordânia, onde foram recebidos por diplomatas brasileiros e seguem em traslado para Amã, a capital.
A Flotilha Global Sumud reunia mais de 400 participantes de 44 países — entre eles parlamentares, médicos e defensores de direitos humanos — e pretendia denunciar o bloqueio imposto por Israel à população palestina. O episódio reacendeu o debate internacional sobre o cerco à Gaza e os limites das operações israelenses fora de seu território.
Nas redes sociais, Luizianne já havia expressado solidariedade ao povo palestino e criticado o bloqueio, que considera uma “política de apartheid e punição coletiva”.
O governo brasileiro, em nota oficial, repudiou a ação israelense, classificando-a como uma “violação grave do direito internacional humanitário”, e reforçou o pedido pelo fim imediato do bloqueio a Gaza.
Fontes diplomáticas afirmam que a atuação do Brasil junto às autoridades locais foi decisiva para garantir a libertação dos presos. Segundo o Itamaraty, todos os brasileiros receberão atendimento médico e acompanhamento psicológico antes do retorno ao país.
Luizianne e os demais ativistas devem prestar depoimento às autoridades brasileiras em Amã ainda hoje, detalhando as condições da detenção e o tratamento recebido durante o período em custódia.

