O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manteve nesta segunda-feira (6) uma reunião virtual com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para tratar da relação comercial entre os dois países. O diálogo, que durou cerca de meia hora, foi realizado do Palácio da Alvorada, em Brasília, e contou com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin, do assessor especial Celso Amorim, e dos ministros Fernando Haddad, Mauro Vieira e Sidônio Palmeira.
A conversa ocorre em meio à escalada de tensões provocada pelo tarifaço de 50% imposto pelo governo norte-americano sobre produtos brasileiros. O tema dominou parte da pauta do encontro, que também abordou cooperação energética, mudanças climáticas, regulação digital e exportações agrícolas.
Segundo fontes do governo, Lula reiterou o desejo de manter “relações de respeito e benefício mútuo” com os Estados Unidos, defendendo o diálogo como caminho para reverter as medidas unilaterais impostas por Washington.
A videoconferência já vinha sendo articulada desde setembro, após os dois presidentes se encontrarem rapidamente na Assembleia Geral da ONU, quando trocaram elogios públicos. Na ocasião, Lula afirmou que “pintou uma química” com Trump — uma relação que agora o Itamaraty busca consolidar de forma cautelosa.
A diplomacia brasileira vê a conversa como um passo inicial para reaproximação, depois de meses de atritos. O governo americano vinha condicionando o diálogo à postura do Brasil em temas políticos internos, incluindo o julgamento e a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Durante a reunião, Lula voltou a afirmar que o Judiciário brasileiro é independente e que a soberania nacional não está em negociação, mas garantiu estar aberto a conversas construtivas sobre parcerias econômicas.

