O Afeganistão voltou a ser atingido por uma tragédia natural: um terremoto de magnitude 6, seguido por cinco réplicas sentidas a centenas de quilômetros, deixou pelo menos 800 mortos e mais de 2,7 mil feridos nesta segunda-feira (1º).
O epicentro foi identificado pelo USGS a apenas 8 km de profundidade e a 27 km de Jalalabad (Nangarhar). O maior número de vítimas está em Kunar, onde autoridades locais registraram 800 mortes. Em Nangarhar, foram confirmados 12 mortos e 255 feridos, informou o porta-voz do governo talibã, Zabihullah Mujahid.
Equipes de resgate foram enviadas de helicóptero para socorrer moradores em áreas mais isoladas. Autoridades alertam que o balanço de vítimas deve aumentar à medida que os trabalhos avançam em distritos remotos.
“Foi assustador. Nunca vimos nada assim. As crianças e as mulheres gritavam de medo”, contou Ijaz Ulhaq Yaad, funcionário em Nourgal, Kunar.
Situação agrava crise humanitária
Grande parte da população afetada é formada por refugiados que retornaram recentemente do Paquistão e do Irã. Segundo estimativas, cerca de 4 milhões de pessoas voltaram ao Afeganistão nos últimos anos, muitas delas reconstruindo casas em áreas agrícolas próximas à fronteira.
Na sexta-feira (29), a província de Nangarhar já havia sido atingida por enchentes que mataram cinco pessoas e destruíram plantações, aumentando a vulnerabilidade da região.
País marcado por tragédias naturais
O Afeganistão está localizado na cadeia montanhosa de Hindu Kush, ponto de encontro das placas tectônicas indiana e eurasiática, onde os terremotos são frequentes. Nos últimos anos, o país acumulou desastres de grande impacto:
-
2015: terremoto de 7,5 graus deixou 380 mortos no Afeganistão e Paquistão.
-
2022: tremor de 5,9 graus matou mais de mil pessoas em Paktika.
-
2023: Herat foi devastada por abalo sísmico que matou 1,5 mil pessoas e arrasou 63 mil casas.
A situação atual é agravada pela falta de ajuda internacional desde a retomada do Talibã ao poder em 2021, o que limita a resposta emergencial e amplia a crise humanitária do país.
Com informações do g1
Foto: REUTERS/Stringer

