Os Estados Unidos elevaram a pressão militar e política sobre a Venezuela. A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou nesta terça-feira (19) que o país “usará todos os elementos do poder americano” para bloquear a entrada de drogas em seu território. A fala reforça informações da Reuters sobre a movimentação de três destróieres da Marinha para a costa venezuelana.
Segundo a agência, os navios USS Gravely, USS Jason Dunham e USS Sampson devem chegar em até 36 horas ao sul do Caribe. A operação envolve cerca de 4 mil militares — entre marinheiros e fuzileiros —, além de aviões de reconhecimento P-8 Poseidon e pelo menos um submarino de ataque nuclear. Fontes ligadas ao Departamento de Defesa afirmaram que a mobilização pode durar vários meses.
Acusações de narcotráfico
Sem confirmar diretamente o deslocamento dos navios, Leavitt reforçou o discurso da administração Trump contra Maduro. “O regime de Maduro é, na visão dos EUA, um cartel narcoterrorista. Ele não é presidente legítimo, mas um fugitivo indiciado por tráfico internacional de drogas”, disse.
Washington já havia elevado para US$ 50 milhões a recompensa por informações que levem à prisão do líder venezuelano. Para a Casa Branca, Maduro está entre os principais responsáveis pela rota internacional de entorpecentes.
Mobilização militar de Maduro
Em resposta, o presidente venezuelano anunciou a mobilização de 4,5 milhões de milicianos armados em todo o país, que chamou de reação às “ameaças bizarras” dos Estados Unidos. Essas forças civis foram criadas no governo de Hugo Chávez e atuam como um braço auxiliar das Forças Armadas, recebendo treinamento militar básico e armamento.
O ministro do Interior, Diosdado Cabello, reforçou que Caracas está preparada para resistir. “Estamos prontos em todo o Caribe, em nossas águas e em nosso território. Não aceitaremos intimidações.”
Escalada e pragmatismo
A tensão marca mais um capítulo da relação conturbada entre EUA e Venezuela. Desde a última eleição presidencial, realizada sob acusações de fraude e perseguição a opositores, Washington e aliados não reconhecem a legitimidade de Maduro.
Ainda assim, apesar do clima de confronto, houve sinais recentes de aproximação. Em julho, os dois países realizaram uma troca de prisioneiros, movimento visto como um gesto de pragmatismo em meio à escalada das hostilidades.
Com informações do G1
Foto: Jonathan Ernst e Leonardo Fernandez Viloria/Reuters

