O Governo do Rio de Janeiro confirmou, nesta sexta-feira (31), que quatro cearenses estão entre os mortos da Operação Contenção, deflagrada na última terça-feira (28) nos complexos da Penha e do Alemão, Zona Norte da capital fluminense. A informação confirma o que o Diário do Nordeste já havia antecipado um dia antes.
Segundo o governador Cláudio Castro, até o momento 90 das 117 pessoas mortas foram oficialmente identificadas. A maioria tinha antecedentes criminais por tráfico de drogas, homicídio e associação criminosa, e 42 estavam com mandados de prisão em aberto.
Entre os mortos também há suspeitos de outros estados: 13 do Pará, 7 do Amazonas, 6 da Bahia, 4 de Goiás, 3 do Espírito Santo, 1 do Mato Grosso e 1 da Paraíba.
A ação, que o governo estadual descreve como “a maior operação de segurança dos últimos 15 anos”, deixou ainda quatro policiais mortos. Segundo a Polícia Civil, chefes do tráfico em diferentes regiões do país estavam entre os alvos neutralizados — incluindo Russo, em Vitória (BA); DG e FB, na Bahia; PP, no Pará; Chico Rato e Gringo, em Manaus; e Mazola, de Feira de Santana (BA).
Identificação e críticas sobre transparência
Os corpos estão sendo periciados no Instituto Médico-Legal Afrânio Peixoto, onde o Governo montou uma força-tarefa especial para agilizar o processo. No entanto, Defensores Públicos e familiares afirmaram ter sido impedidos de acompanhar os exames, o que gerou críticas quanto à falta de transparência e controle externo das apurações.
Repercussão nacional e balanço final
De acordo com balanço oficial, a megaoperação resultou em 121 mortes — 117 suspeitos e 4 policiais —, além de 113 prisões, incluindo 33 de outros estados, e 10 menores apreendidos. As forças de segurança apreenderam 91 fuzis, 26 pistolas, um revólver e uma tonelada de entorpecentes.
Em comunicado publicado na rede social X, o governo fluminense afirmou que o foco da operação foi “retirar o confronto da comunidade e levá-lo para a mata”, alegando que o planejamento envolveu mais de 60 dias de inteligência e tática militar.
Apesar da justificativa, organizações de direitos humanos classificam a ação como a mais violenta da história do estado, e cobram explicações sobre o número de mortos e a ausência de supervisão externa durante as perícias.
Com informações do Diário do Nordeste.

