Os Estados Unidos voltaram a bombardear uma embarcação no Oceano Pacífico nesta quarta-feira (22), em uma operação militar que o governo norte-americano afirma ter como alvo o narcotráfico internacional. Três pessoas morreram no ataque, o segundo em menos de 48 horas.
De acordo com o Departamento de Guerra, o barco estava carregado com drogas e navegava por uma rota conhecida do tráfico. A ação foi novamente autorizada pelo presidente Donald Trump, segundo confirmou o secretário de Guerra, Pete Hegseth, nas redes sociais.
“Nossa inteligência identificou que a embarcação fazia parte de um esquema de contrabando ilícito de narcóticos. Três narcoterroristas estavam a bordo durante o ataque”, escreveu o secretário.
Na véspera, outro bombardeio já havia sido realizado em águas internacionais próximas à Colômbia, resultando em duas mortes.
Em declarações a jornalistas, Trump afirmou que as ações têm respaldo legal e justificou os ataques citando o número de mortes relacionadas às drogas nos Estados Unidos:
“Cerca de 300 mil americanos morrem por causa das drogas. Vamos atacá-los forte no mar e, quando vierem por terra, iremos agir com o aval do Congresso”, declarou.
As operações ocorrem num contexto de aumento da presença militar norte-americana no Caribe e no Pacífico, com navios de guerra, caças F-35, submarinos nucleares e cerca de 6,5 mil militares destacados para a região.
Especialistas apontam riscos e ilegalidades
A comunidade internacional reagiu com preocupação. Um grupo independente de especialistas da ONU em direitos humanos classificou as ações como “execuções extrajudiciais” e afirmou que os ataques violam a soberania de países da América do Sul e o direito internacional do mar.
O grupo, ligado ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, destacou que, mesmo com a justificativa de combate ao narcotráfico, o uso de força letal em águas internacionais sem autorização legal é ilegal.
“Esses ataques representam uma escalada extremamente perigosa, com graves implicações para a paz e a segurança regional”, afirmaram os especialistas.
Eles também advertiram que uma eventual ação militar direta em território estrangeiro agravaria a violação da Carta das Nações Unidas, que proíbe intervenções unilaterais de um Estado em outro.
A polêmica reacende o debate sobre os limites da política antidrogas norte-americana, frequentemente criticada por empregar força militar sem respaldo internacional. Analistas afirmam que as ações podem ampliar tensões diplomáticas com países latino-americanos e abrir precedentes preocupantes no direito internacional.
Com informações do g1.

