Por que isso é urgente? Pacientes com problemas de saúde mental têm mais risco de desenvolver doenças do coração. E quem já tem problemas cardíacos, como insuficiência cardíaca ou arritmias, corre maior risco de depressão e ansiedade. Juntas, essas condições reduzem a qualidade de vida e aumentam a mortalidade.
As principais recomendações são: incluir triagem sistemática de sintomas de saúde mental em consultas cardíacas; avaliar o risco cardiovascular em pacientes em tratamento psiquiátrico; criar times psico-cardíacos —equipes multidisciplinares com cardiologistas e profissionais de saúde mental; e considerar fatores psicossociais nos check-ups de risco cardíaco.
Falhas graves na prática médica. O consenso aponta que muitos profissionais de saúde não percebem a alta prevalência de transtornos mentais e seu impacto no risco cardiovascular. Além disso, há pouco reconhecimento de como essas condições afetam adesão ao tratamento e resultados de saúde. Segundo a Opas (Organização Pan-Americana de Saúde), em todo o mundo, estima-se que mais de 300 milhões de pessoas, de todas as idades, sofram de depressão. De acordo com levantamento da OMS, quase 1 bilhão de pessoas viviam com algum transtorno mental em 2019.
O que dizem os especialistas
Cada condição aumenta o risco da outra, e quem tem as duas vive com maior peso negativo na saúde. Além de checar a hipertensão e o colesterol, como já ouvimos antes, a saúde mental é importante, então temos que ir para a saúde primária. As pessoas precisam ser tratadas, mesmo antes de terem uma doença cardiovascular. Isso, é claro, é um grande desafio para o sistema, e precisa ser mudado, mas tem que acontecer. Precisamos educar a população e os profissionais, e não somente os cardiologistas. Christi Deaton, coautora do documento
A prática clínica cardiovascular muitas vezes ignora o impacto da saúde mental. É hora de incluir esse cuidado e oferecer apoio também aos cuidadores. Héctor Bueno, professor e coautor do documento

