Seja para reduzir custos, seja para atingir determinadas características sensoriais, muitos fabricantes podem diluir essas proteínas com ingredientes menos nobres ou até mesmo fontes de carboidratos e gorduras, sem destacar isso no rótulo.
Isso acontece, por exemplo, na bebida Piracanjuba 23 g. Embora o colágeno contribua para aumentar o teor de proteínas sem elevar tanto o custo, ele não se compara ao whey protein em termos de qualidade. Ao contrário das proteínas do leite, o colágeno é incompleto e de baixo valor biológico. Ainda é uma opção melhor do que adicionar açúcar, amido ou gorduras, mas definitivamente não é a mesma coisa que whey.
Além disso, na maioria das bebidas lácteas proteicas, predominam os carboidratos. Fique atento. Quem vê apenas a parte da frente da embalagem não percebe que está levando pra casa mais carboidratos que proteínas.
Outro produto que dá destaque para as proteínas no rótulo é o pão preto zero da marca Amalfi. Quando olhamos a lista de ingredientes, vemos que a fonte de proteínas é o glúten, e que a quantidade total desse nutriente é de apenas 4.4g por porção.
Tem ainda o caso da “cerveja proteica”, que já apareceu aqui no Guia do Supermercado. Usar o argumento da proteína para vender álcool não tem cabimento. Como se isso não bastasse, os tipos de proteínas presentes na bebida são de baixa qualidade: uma mistura de glúten com o aminoácido glutamina, que nem mesmo proteína é.