A maior parte dos fortalezenses depende do transporte coletivo, automóvel ou motocicleta para chegar ao trabalho. No entanto, o meio de transporte utilizado faz grande diferença no tempo gasto no trajeto.
De acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base no Censo Demográfico 2022, 36% dos passageiros de ônibus levam mais de uma hora para chegar ao destino, enquanto essa é a realidade de apenas 7% dos motoristas e 6% dos motociclistas.
O levantamento mostra que o ônibus é o principal meio de transporte para cerca de 235 mil pessoas em Fortaleza, seguido por automóvel (231,6 mil) e motocicleta (114,9 mil). Outros 110 mil fortalezenses vão a pé para o trabalho, e cerca de 57 mil usam bicicleta.
Segundo o IBGE, a pesquisa considera o meio de transporte em que o trabalhador passa mais tempo durante o deslocamento. Entre os usuários de ônibus, 41% afirmaram levar de 30 minutos a 1 hora no trajeto, enquanto 34% passam de 1 a 2 horas e 2% enfrentam mais de 2 horas de deslocamento.
A situação reflete a crise no transporte público da capital, que se agravou em setembro, quando o Sindicato das Empresas de Transporte (Sindiônibus) suspendeu 25 linhas de ônibus, afetando mais de 90 bairros. O impasse, revertido no início de outubro, escancarou o desequilíbrio financeiro do sistema, que acumula déficit mensal de cerca de R$ 7 milhões, segundo a entidade.
Especialistas apontam que o modelo de financiamento baseado na tarifa por passageiro transportado é insustentável. Uma das soluções em debate é o pagamento por quilômetro rodado, modelo já adotado no sistema metropolitano e que, segundo técnicos, permitiria melhor controle operacional e mais estabilidade financeira.
No contexto estadual, o perfil de mobilidade muda: a motocicleta é o meio de transporte mais usado por trabalhadores, representando quase 750 mil deslocamentos diários, seguida pelo deslocamento a pé (475 mil) e pelo automóvel (446 mil).
Para o IBGE, compreender os fluxos de deslocamento ajuda a planejar políticas de transporte mais eficientes, reduzindo o tempo gasto no trânsito e melhorando a qualidade de vida dos trabalhadores.

