Intolerância favorece o afastamento dos atritos
Novaes lembra que a empatia é fundamental em qualquer relação e deve ser praticada pelos interlocutores interessados em construir um debate proveitoso. “Você pode mostrar sua opinião começando a dizer que entende o pensamento do outro, mas que possui uma visão diferente.” Os desentendimentos geralmente ocorrem quando alguém é muito rígido em suas convicções e deseja convencer a todos de que suas ideias são as únicas corretas.
Não é raro que essa postura seja acompanhada de palavras ofensivas e críticas desnecessárias devido à dificuldade em lidar com as diferenças, o que atrapalha qualquer tentativa de compreensão do próximo. Dessa forma, o tom agressivo costuma gerar reações de defesa ou ataque, e afasta as chances de novas visões ou interpretações serem alcançadas. O ideal é que seja uma fala assertiva, firme no posicionamento e respeitosa.
“Se eu avalio que o interlocutor é alguém receptivo a ideias, aberto a pensar e a ouvir, e não responde com agressividade, justamente porque entende que discussões fazem parte do crescimento individual e coletivo, não há motivos para fugir dessa circunstância”, reforça Wanderlei Oliveira, psicólogo e professor.
Ele recomenda que além de analisar as posturas dos participantes, outro passo importante antes de iniciar qualquer argumentação é reconhecer qual o repertório que se tem sobre o tema e se é possível contribuir com o debate. “É tentar identificar se você tem familiaridade com as bases ou fundamentos científicos que constituem determinado assunto, ou se a sua participação será apoiada somente em achismos ou em frases de efeito”, destaca.
Buscar ajuda pode ser libertador
O processo terapêutico pode ajudar a pessoa a melhorar essa competência de mapear o contexto e avaliar se é propício para semear suas reflexões.